quarta-feira, 16 de abril de 2008



Estudantes mudaram a rotina do prédio do Banco Central

A proposta dos estudantes é levar o assunto para as ruas. O tema é árido, mas os líderes estudantis tem como estratégia para despertar o interesse dos jovens a ligação dos juros altos com as condições de ensino nas escolas públicas. Thiago Mayworm, diretor da União Brasileira de Estudantes Secundarista (UBES), explica que existe uma ligação entre os juros altos e o bebedouro que não funciona, as carteiras quebradas, os professores mal remunerados, que repercute na qualidade de ensino.


O mote do ato – em que os estudantes vestiam camisas com os dizeres “10% do PIB para Educação” – é a defesa do ensino de qualidade. Os estudantes vêem na política econômica de juros altos uma ameaça a essa qualidade, não apenas na educação, mas também na saúde, transporte e outros setores sociais.


Thiago destacou que não existe consenso sobre a necessidade de aumentar juros “nem mesmo entre a burguesia”, se valendo dos argumentos do setor produtivo do país – a exemplo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) - que se posicionou contrário à medida.


A taxa atual, de 11,25% ao ano, é considerada uma das mais altas do mundo. Esse é outro argumento usado pelo estudantes. Luciana Lopes, da União da Juventude Socialista (UJS), que também participou do evento, lembrou que a taxa alta só favorece os especuladores, ao mesmo tempo que representa corte nos investimentos nas áreas sociais, como educação e saúde.


Ato de ousadia


O movimento dos estudantes quebrou a rotina do Banco Central – um imponente prédio no Setor Bancário Sul - onde transitam executivos e autoridades do setor financeiro. Os gritos, a movimentação e as camisetas, que eles vestiam e amarravam na cabeça à moda dos “marginais”, como admitiam rindo, contrastava com a austeridade dos passantes.


Os manifestantes encerraram o ato com o que consideram um ato de ousadia. Eles lançaram “bombas” de tinta verde e amarela nas imponentes portas de vidro do prédio do Banco. As “bombas” são feitas de sacos plásticos cheios de tinta. Segundo Thiago, esse é um ato de “rebeldia conseqüente”, e não produziu nenhuma reação dos policiais que guardam o prédio e acompanhavam a manifestaçã
o.

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